Foto: retirada da internet. |
Já são quase três horas da tarde, mas eu acabei de acordar. Olho
para o despertador e, por mais uma vez, ativo o modo soneca. A essa altura, já
perdi todos os compromissos agendados para hoje. Fecho os olhos, tento voltar a
dormir. Quero fugir disso tudo. Respiro fundo e, inevitavelmente, olho para o
canto direito da cama. Seu cheiro ainda está lá, mas você não.
Essa
cama que esteve tão cheia de nós, agora, só encontra o meu vazio. E eu, te
buscando em meio aos lençóis, entendo que te perdi aos poucos, sem nem ao menos
perceber. As suas pequenas faltas me levaram à sua completa ausência.
O
meu celular toca. Movida pela falsa esperança de ser você, corro para atender.
Era mais uma daquelas ligações chatas que oferecem serviços de telefonia.
Desligo. Vou para a cozinha.
Enquanto
preparo o café, lembro de você. Levo a xícara à boca e sinto o gosto amargo.
Errei na medida mais uma vez. Talvez todo o açúcar e todo o afeto que existiam em
mim, tenham sido dados a você. E só tenha me sobrado a amargura.
Sento
em frente à TV e, mesmo sem prestar atenção em nada, aumento o volume na
tentativa de acabar com o silêncio da sua partida. Espero que esse vazio seja
passageiro e que ao invés da sua ausência, eu possa encontrar enfim, a minha
completude.
Volto
para a cama, troco de lado, preencho os espaços com travesseiros, fecho os
olhos. Quero voltar a dormir e só acordar, quando tudo estiver em ordem.
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