segunda-feira, 28 de julho de 2014

Um dia vou acordar de verdade

Foto: retirada da internet.
Já são quase três horas da tarde, mas eu acabei de acordar. Olho para o despertador e, por mais uma vez, ativo o modo soneca. A essa altura, já perdi todos os compromissos agendados para hoje. Fecho os olhos, tento voltar a dormir. Quero fugir disso tudo. Respiro fundo e, inevitavelmente, olho para o canto direito da cama. Seu cheiro ainda está lá, mas você não.
Essa cama que esteve tão cheia de nós, agora, só encontra o meu vazio. E eu, te buscando em meio aos lençóis, entendo que te perdi aos poucos, sem nem ao menos perceber. As suas pequenas faltas me levaram à sua completa ausência.
O meu celular toca. Movida pela falsa esperança de ser você, corro para atender. Era mais uma daquelas ligações chatas que oferecem serviços de telefonia. Desligo. Vou para a cozinha.
Enquanto preparo o café, lembro de você. Levo a xícara à boca e sinto o gosto amargo. Errei na medida mais uma vez. Talvez todo o açúcar e todo o afeto que existiam em mim, tenham sido dados a você. E só tenha me sobrado a amargura.
Sento em frente à TV e, mesmo sem prestar atenção em nada, aumento o volume na tentativa de acabar com o silêncio da sua partida. Espero que esse vazio seja passageiro e que ao invés da sua ausência, eu possa encontrar enfim, a minha completude.

Volto para a cama, troco de lado, preencho os espaços com travesseiros, fecho os olhos. Quero voltar a dormir e só acordar, quando tudo estiver em ordem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário