sábado, 7 de outubro de 2017

E eu continuo de pé. E você?

Nos últimos 3 anos, a minha vida se transformou completamente! Mudei da cidade que eu morava, tive que aprender a conviver com a distância e saí da minha zona de conforto. Conheci pessoas novas, fiz algumas amizades, enfrentei grandes desafios e tive muito medo.

Fiz alguns questionamentos sobre tudo o que estava acontecendo e, quando menos esperei, vieram as respostas: percebi que toda experiência é válida e que cada momento, por pior que possa parecer, traz um aprendizado. O que não vem para somar, vem para subtrair de vez o que precisa ser desfeito.

Quando achava que já tinha aprendido os passos, a vida vinha e trocava a música. E eu não tinha outra escolha: entrava na dança. Depois de um ano fora, saí do ritmo acelerado de uma cidade grande e voltei para a calmaria da cidade pequena, onde nasci.

Logo, percebi que muitas coisas não eram mais como antes. Reforcei alguns laços, criei outros e precisei afrouxar alguns nós. E apesar de sempre estar com um sorriso no rosto, ainda carrego grandes conflitos internos. Preocupações que, para os outros, podem não ser nada, mas que para mim, chegam a pesar toneladas.

Mas quem não tem conflito interno? Os problemas podem ser diferentes, as atitudes em relação a eles podem mudar de pessoa para pessoa, mas uma coisa é certa: todos nós lutamos, diariamente, para superar algo. Cada pessoa que cruza o nosso caminho está enfrentando uma batalha. E qual é nosso papel nesse cenário? Estamos ajudando na batalha ou a deixando ainda mais difícil? Não estamos em um tribunal de sentimentos, para poder julgar o tamanho da dor outro. Deveríamos apenas nos colocar no lugar dele.

Quantas vezes um dia que não estava sendo muito bom, ficou ainda pior por conta de uma grosseria? Quantas vezes, um projeto, que estava no caminho certo, ficou pela metade, por falta de incentivo? Quantas vezes você deixou de tentar, por medo de fracassar?

Nem sempre o caminho é fácil, às vezes dá vontade de desistir... Mas, apesar de tudo isso, a vida é linda! Seja lá qual for o problema que você está passando, tenha fé! Tudo vai se resolver... Não importa o tempo que leva a batalha ou a quantidade de quedas, o importante é se levantar. E eu continuo de pé. E você?

quarta-feira, 27 de abril de 2016

Recomeçar

Foto retirada da internet
Depois de muito tempo, me olhei no espelho e não me reconheci. Encarei a imagem refletida e pude ver que as minhas expressões haviam mudado. A testa estava franzida, as olheiras bem marcadas e o olhar vazio... Lavei o meu rosto e, ainda meio atordoada, fui em direção à cozinha. Entre um cômodo e outro, lembrei da mulher que um dia fui. Um gole de café e o olhar vago, como se eu procurasse algo. Mas, onde foi que eu me perdi?

Nas fotos espalhadas pela casa, encontrei um sorriso que, há muito tempo, não era meu. Encontrei amigos que, com o tempo, haviam se afastado. Ou será que fui eu que me afastei? Enquanto tentava me achar em meio aos pensamentos, o celular tocou pela décima vez. Apesar de já ter excluído você da minha vida, o visor indicava o seu número. Recusei a ligação - e as suas desculpas esfarrapadas. Nos últimos anos, acreditei em tudo o que você falava e, tomada pela cegueira, não quis enxergar o mal que me fazia. Por medo de te perder, perdi mais do que eu podia imaginar.

Enquanto olhava os quadros pendurados na parede e espalhados pela estante empoeirada, percebi o sol entrando pela janela e abri a cortina. As cores, lá de fora, contrastavam com o cinza que ficou aqui dentro. Vi os carros, as pessoas, as expressões e o sorriso da criança que, mesmo depois da queda e com os joelhos ralados, insistiu e aprendeu a andar de bicicleta sem as rodinhas. Vi, diante daquela cena, o tempo que estava perdendo. Por medo de outras decepções, tinha me afastado de tudo. Mas a vida me provou, mais uma vez, que ela continua. E assim como aquela criança, espero fazer da queda, uma motivação. Vou com o coração ralado, mas vou. A essa altura, o café já havia esfriado e ficado amargo. Mas isso não importava mais. Era hora de recuperar o abraço caloroso dos amigos e a doçura que tinha sido esquecida, em meio a tantas amarguras. Era hora de olhar no espelho e recomeçar.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Nós tentamos

Foto: retirada da internet
Imaginamos uma história que seria nossa, mas trouxemos para o agora, os nossos medos e as nossas dores do passado. Estávamos lado a lado, mas a sua cabeça estava longe. E eu, que nunca quis metades, tive que aprender a conviver com as partes que lhe faltavam.

Os sorrisos tentavam esconder o que o coração sentia. Era preciso ter paciência, era preciso ter força, era preciso tentar - e nós tentamos. Tentamos nos despir das expectativas e continuamos caminhando na mesma direção. A direção era a mesma, mas a distância que nos separava era cada vez maior.

Faltavam as palavras e o calor dos beijos. Havia frieza nos gestos e economia nas atitudes. A presença já não bastava e o silêncio cortava o peito. Só escutávamos a nossa respiração para ter a certeza de que ainda estávamos vivos, embora já tivéssemos morrido, um para o outro, há muito tempo.

sábado, 5 de março de 2016

Carta do futuro

     
Foto: retirada da internet.
Olá, estou te enviando esta carta, para pedir para você repensar a nossa vida. Sim, nossa. Não sou nenhuma desconhecida, sou você amanhã. E não, você não está ficando louca. Tenho visto você reclamando do nosso passado e deixando o presente escapar. E, olha, já vou avisando: não quero que você me estrague.

    Cadê aquela menina que fazia planos para mim - o futuro? Só tenho visto tristeza no seu olhar e, vou te contar um segredo: o que passou, passou. Não adianta se lamentar! Enxugue essas lágrimas e vista aquele sorriso esquecido no fundo do armário. Ah, e pode ficar tranquila! Ao contrário daquele vestido, ele nunca vai deixar de te servir.

    Saia dessa cama! Abra a janela e o seu coração. Deixe o sol aquecer o frio que ficou. Faça planos e acredite na vida. Acredite em você, acredite em um futuro melhor. O momento de mudar é agora! O passado pode até ter deixado saudade, mas não nos pertence mais. Por isso, só te peço uma coisa: pensa em mim, em nós.

Beijos

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Sobre ele: Zack Magiezi

  
Zack Magiezi
Recentemente, a minha timeline foi invadida por pequenos textos intitulados "notas sobre ela". Criei uma identificação tão grande com tudo que era compartilhado, que quis saber de onde vinha essa inspiração. 

    O autor do projeto é Zack Magiezi, um paulistano de 33 anos, que resolveu dividir os seus textos, produzidos em uma máquina de escrever, na página Estranherismo, que leva o mesmo nome do livro que vai ser lançado ainda esse ano, e conta com mais de 280 mil curtidas. Zack confessa que não esperava tamanha repercussão e procura não acompanhar os números: "eles podem roubar a pureza do meu momento de solidão com a máquina de escrever", diz.
      
    Quer saber mais sobre ele, que tanto sabe da gente? Acompanhe a entrevista:

Quem é Zack Magiezi? 

Meu nome é Izaias Magiezi Jr, tenho quase 33 anos e sou um paulistano meio cigano. Já estudei algumas coisas como: Teologia, História, Administração e, atualmente, Letras.

Quando você começou a escrever?


Em 2013 após um término eu senti uma necessidade incrível de falar das minhas coisas de dentro. Criei um blog e depois a página no Facebook, acho que necessidade é a palavra adequada, pois eu senti que iria adoecer.

Como funciona o seu processo criativo? Você pensa em alguém para escrever os seus textos?

Sou um observador e um ótimo ouvinte, então prego meus olhos e ouvidos na vida cotidiana, nas pessoas e nas suas histórias. Acredito que tudo é um diálogo, mas temos pouca disposição para ouvir. 

Quais são os escritores que você mais gosta?

Gosto de ler Julio Cortázar, Valter Hugo Mãe, Gonçalo Tavares, José Luís Peixoto, Gabo, Saramago, Bataille etc. 

O que mudou na sua vida depois da página?

Acho que foram as belas pessoas que entraram no meu jardim. Hoje, estou tendo uma linda oportunidade de encontrar tantas pessoas maravilhosas e isso me arrebata. Profissionalmente, sai do meu emprego para trabalhar em uma agência, o que me possibilita ter um tempo maior para criar.

Já tem data para o lançamento do livro?

Deve sair no princípio de Março (torça por mim).

Quais são os seus projetos para esse ano?

Trabalhar na divulgação do livro, continuar a produzir. Tenho trabalhado em um projeto de pequenas histórias cotidianas em Prosa.

Qual texto, que você escreveu, é o seu preferido?

Carta para Olívia
Olívia
Existe maldade nesse mundo
Mas há beleza
E para descobrir essa beleza
Você não precisa ir longe
Apenas pare e contemple
Ofereça flores ao mundo
Dance, abrace e sorria
Também é necessário chorar
Jamais use máscaras
Seja sincera
Com os seus sentimentos
E ganhará a amizade deles
E o respeito da vida
Trace a sua rota
Leia poemas
Coisas materiais
São apenas coisas
Olhe nos olhos
Converse com a natureza
Aprenda com ela
Distribua os tesouros da vida
E será rica
E terá paz
De alguém que te espera
E te ama muito
Seu pai

 Enquanto o livro não fica pronto, vale a pena acompanhar as doses diárias de poesia, por aqui



    

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Amor com filtro

 
Foto: retirada da internet.
Vivemos em uma época de amores superficiais. Há muita exposição, fotos nas redes sociais, mudança de status no facebook, declarações virtuais e pouco sentimento, pouco envolvimento, pouca presença...

 Os relacionamentos começam e acabam na velocidade de um clique. Há muito para se mostrar e muito pouco para se compartilhar. Os filtros dão conta de realçar os sorrisos forçados e as curtidas reforçam a (falsa) ideia da  felicidade. É lindo de se ver, difícil de entender.

 É difícil achar alguém de verdade em meio a tanto coração de photoshop. Há beleza no rosto, no corpo, mas falta beleza nas pequenas atitudes. Falta alguém que esteja disposto a caminhar de mãos dadas e sonhar junto. 

 Ou melhor, esse alguém existe. Mas, em muitas das vezes, está tentando ser a pessoa certa para a pessoa errada. E, acredite, para a pessoa errada, você nunca vai estar certo.

 São tantos desencontros, que a gente começa a acreditar que o amor não existe. Mas ele existe, sim! A gente que insiste em empregar a palavra - e o sentimento - de forma errada.

sábado, 9 de janeiro de 2016

Talvez, seja ela

 
Foto: retirada da internet.
Eu te vejo aí, despedaçado por outros amores, e queria fazer algo por você. A sua dor é tão grande, que te impede de enxergar as muitas possibilidades que estão bem na frente do seu nariz.

  Você precisa de alguém que te dê a mão, que te aceite como você é e que conheça todos os seus defeitos e, mesmo assim, continue caminhando ao seu lado.

  Você precisa de alguém que te queira por completo e não seja apenas uma metade. Alguém que esteja disposto a acordar todos os dias ao seu lado e que faça planos para quando vocês estiverem bem velhinhos.

  Enquanto você perde tempo pensando no que poderia ter sido e, simplesmente, não foi, não consegue perceber o que está acontecendo. Se você parasse de mexer no celular, veria a moça sorridente da mesa ao lado.

  Talvez, ela tenha comprado aquela roupa pensando em você. Talvez, ela tenha ensaiado várias formas de aproximação. Talvez, ela seja o grande amor da sua vida. 

  Mas, enquanto você continua preso ao que te faz mal, a vida vai passando e as pessoas interessantes, também.