segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Próxima parada: 2016

 
Foto: retirada da internet.
  Mais um ano chega   ao fim. Daqui, já consigo enxergar a curva que nos levará para 2016. Os cintos já estão apertados e a expectativa de andar por novos caminhos é grande! Mas antes de seguir viagem, dou uma última conferida no retrovisor. No decorrer desses 365 dias, na estrada, muita coisa ficou para trás! Por muitas vezes, achei que seria difícil chegar até aqui. 
    
    A esperança, combustível tão essencial, acabou em alguns trechos. Foram muitas despedidas, encontros e desencontros. Algumas pedras no caminho e curvas acentuadas, mas muitas paisagens bonitas! Mesmo quando eu achava que estava perdida, a vida me dava a dica: siga em frente! 

    Espero que o próximo ano traga paisagens ainda mais bonitas! Por agora, abasteço o tanque de esperança e faço uma revisão dos meus atos. Levo, comigo, os sonhos, os amigos, a família e os sentimentos verdadeiros! Aquilo que não me acrescenta, eu deixo pelo caminho! Peso desnecessário pode atrasar a viagem... Até a próxima parada! 

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Rotina

Foto: retirada da internet.
   Acordei cedo. Antes mesmo do celular despertar, o sol já tocava o meu rosto. Tentei dormir mais um pouco. Fechei os olhos, rolei de um lado para o outro, e nada.    Depois dessa batalha perdida, criei forças para levantar e fui para o banheiro. Lá, o espelho me mostrou o que eu me recusava a ver: olhos inchados e as marcas do tempo.

    Não sou mais uma menina, tenho que aceitar isso. Pensei em comprar cremes de idade ou algo que pudesse disfarçar as cicatrizes que vieram junto com os anos. São tantas, que eu já até perdi as contas. Preciso também de um anestésico para a alma. Se bem que, às vezes, eu acho que o tempo é o próprio anestésico. Na medida que ele passa, as dores ficam menores. Mesmo quando as marcas são profundas.
   
   A gente acaba se adaptando, se conformando, aceitando. Em meio a esses pensamentos, liguei o chuveiro. Enquanto a água fria tocava o meu corpo, tentava roteirizar o dia que tinha acabado de começar. Todo dia é assim. Gosto de ter a falsa sensação de ter controle sobre aquilo que não depende só de mim.

     Coloquei uma roupa, preparei uma xícara de café, liguei a TV... Dez minutos no noticiário e o saldo não era nada bom: morte, roubo, corrupção, desastre ecológico, terrorismo, feminicídio, vingança... A mãe que chora a morte do filho. A mulher que foi vítima de um "amor" doentio. O senhor que viu a neta ir embora nas águas, agora barrentas, do Rio Doce. A esperança que morre a cada notícia e a dor, com nome, sobrenome e endereço, que se transforma em números que não param de crescer.

     Um gole do café, os olhos vidrados na TV e uma amargura que ultrapassa os limites da xícara. Será que esse mundo ainda tem jeito? Falta amor, falta respeito, falta esperança, falta caráter. Sobra ganância, sobra egoísmo, sobra ódio...  E, assim, fui imaginando essa vida como uma equação de resultado negativo e nada satisfatório.

    Desliguei a TV e fui para o trabalho com a minha companhia diária: o medo. O medo de ser assaltada, de ser atropelada, de achar alguma bala perdida, de ser violentada. São tantos medos, que nem sei. Mesmo com os olhos arregalados, o ritmo apressado e a respiração ofegante, chego ao fim da minha caminhada.

   Dou bom dia para o porteiro, pego os jornais e vou para a redação. Lá, eu fico sabendo da pauta. A partir desse momento, começo a duvidar que seja, realmente, um bom dia. Fazer Jornalismo é contar histórias. Histórias que, muitas vezes, a gente não queria que existissem, mas que precisam ser mostradas.

    Na edição, eu monto as histórias e vejo muita coisa que eu não queria ver. Vejo as lágrimas de mães que enterraram, além dos filhos, a vontade de viver. Vejo o pai que estuprava as próprias filhas. Vejo o padrasto que matou, covardemente, o enteado de apenas dois meses. Vejo o namorado ciumento que, além de matar a companheira, tirou a própria vida. Vejo o olhar frio e a tranquilidade, do jovem que, aos 16 anos, foi apreendido dezessete vezes. Vejo a revolta do comerciante que foi assaltado pela quarta vez, no mesmo mês.

  Cenas que, infelizmente, não pertencem a nenhum filme. Fazem parte do terror da vida real. Mas em meio a tantas notícias ruins, há alguns sopros de esperança: o catador de reciclados que, mesmo sem ter estudo, se dedica a encontrar e compartilhar a cultura que vem dos lixos. A mobilização de pessoas que, diante da maldade alheia, multiplicam o bem e cuidam do cãozinho que foi vítima da tolice humana e se recupera dos ferimentos causados pelo piche lançado no seu corpo. 

   Em meio a tantos pensamentos, me rendo às analogias. Às vezes, a vida parece uma queda de braço entre o bem e o mal. O bem se mostra um rapazinho franzino, de estatura média e olhos esbugalhados. Já o mal, grande, forte, movido a whey protein. E nós ficamos, na plateia, esperando que o bem vença pela experiência. Enquanto tantos outros espectadores gritam palavras de ódio. Esperamos que esse  rapazinho pegue o brutamontes pelo braço e o tire para dançar. Que mostre para ele, que existem prazeres na vida e que a violência não os levará a lugar nenhum.

  Depois de editar, revisar e enviar a matéria pronta, desligo o computador. Chega ao fim mais um dia de trabalho. É hora de voltar para casa. Abro a porta, jogo as chaves no sofá, ligo a TV, dou uma zapeada pelos canais. Tomo um banho e vou me deitar. Faço minha oração e, em silêncio, desejo que amanhã tenha boas histórias para contar. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Há sempre um novo dia

Foto retirada da internet.
   Depois de um dia estressante, fui me deitar. Antes de dormir, fiz uma coisa que há muito tempo não fazia: conversei com Deus. Nada de orações ou gestos repetidos. De coração aberto e de forma espontânea, contei a Ele todos os meus medos. Pedi direcionamento para as minhas escolhas e perdão pela minha impaciência. Por muitas vezes, quis acelerar o ritmo e pular as etapas, sem enxergar os propósitos que Ele tinha na minha vida. Quis admirar a beleza das borboletas, mas não queria "perder tempo" sendo casulo. Queria ver os resultados, antes mesmo de começar a resolver os problemas.

   Pensei nas vezes que não fui capaz de enxergar os pequenos milagres... Nas vezes, que deixei de agradecer e de, até mesmo, acreditar que as coisas pudessem dar certo. Por muitas vezes, achei que não ia conseguir sobreviver a uma ou outra desilusão, que não teria força para levantar e tentar novamente. Enxerguei o fim, quando, na verdade, Ele só estava me dando a oportunidade de recomeçar.

    Estou longe de entender tudo que está sendo preparado para mim, mas sei que, por mais difícil que tenha sido o dia de hoje, há sempre um novo dia. 

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Entrevista com o escritor Hugo Rodrigues

"Todo mundo precisa encontrar em alguém algo que não
encontrou em todo mundo", trecho de "Dom&Nique".
  "Da boca pra dentro, tudo que é não dito vira gritaria" e, muitas vezes, se transforma em textos lindos.

 Quem lê Casal Sem Vergonha e Entenda os Homens, certamente, conhece Hugo Rodrigues. O carioca, de 27 anos, é autor de "Um Sorriso de Oito Graus na Escala Richter", "Mulheres, Malditas Maravilhas", "Na Décima Nuvem" e, agora, está lançando mais um  romance: "Dom&Nique". 

   Segundo ele, o livro "é uma tentativa de mostrar visões diferentes sobre o amor e provar que nenhuma está errada." Em uma entrevista, Hugo falou sobre a carreira e as suas  influências. Veja:

De onde vem a sua inspiração?

Eu me inspiro no errado. Nas coisas que ainda não disse. Em tudo que eu ouço e quero completar. Me inspiro em quase tudo que não parece ser inspirador.

Quais escritores você admira?

Eu admiro escritores que são fáceis de ler.
Não que isso seja ruim, mas que vão direto ao ponto, sem inventar formas rebuscadas. Gosto do Alejandro Zambra, do Fabio Chap, do Ricardo Coiro, do Garcia Lorca, do Rimbaud, do Pessoa, do Caio Fernando Abreu...

Quando começou a escrever?

Desde adolescência eu crio versos. Mas
"Até seus silêncios eu gosto
de ouvir", trecho de "Dom&Nique"
difícil dizer quando comecei a escrever o que escrevo hoje. Desde muito cedo mesmo eu gosto de fazer poesias e rimas.

Quais as dificuldades de escrever um livro?

A narrativa. Encontrar um caminho que tenha lógica e fugir do que já fez e do que já fizeram. Nem sempre consigo e, às vezes, acho que tô sempre falando a mesma besteira.

Quais dicas você dá para quem pretende escrever um livro?

Minha maior dica é ler bastante. Criar referências. Depois,  escreva o que vier à cabeça. Não se preocupe com quem vai ler - se alguém vai ler. Escrever é, apenas, conversar consigo mesmo.

  Se você mora em São Paulo, Belo Horizonte ou no Rio de Janeiro, fique atento! O lançamento, nessas capitais, já tem data marcada. Mas se você mora em outra cidade, não se preocupe,é só pedir o livro pelo email niquehr@gmail.com. Para ficar por dentro de todas novidades, clique aqui.

sábado, 15 de agosto de 2015

Seguir sozinha, é a melhor forma de ir mais longe

Foto retirada da internet
 Tem relacionamento que nunca é o que a gente quer, mas que a gente sempre acha que, um dia, as coisas vão entrar no eixo. E nessa queda de braço com o tempo, a gente se anula. Cria expectativas e colhe inúmeras decepções. A gente espera muito, se doa muito, entende demais e não recebe nada em troca. A gente perde tempo.

   Ficamos três, quatro anos ou o resto da vida com a pessoa errada. Relacionamentos assim, são como labirintos. Queremos encontrar a saída, mas nos perdemos e nos machucamos ainda mais. Ignoramos a orientação indicada pela bússola e seguimos a expectativa, a esperança... Nos apegamos a qualquer ação positiva do outro e passamos a acreditar que são pequenos sinais de mudança. E isso é bobagem!

  O tempo passa, nada muda. São sempre as mesmas falhas e os mesmos pedidos de desculpas: "o erro foi meu. Você é uma pessoa maravilhosa e não fez nada de errado. Eu que sou errado." Um roteiro que eu já sei de cor.

  Viver com quem não nos acrescenta, é morrer aos poucos. É se fechar para as possibilidades e se recusar a acreditar que existe vida além dessa muralha de orgulho. Mas querer ser feliz, é primeiro passo para a libertação. Só assim, iremos nos livrar de todo peso morto que atrasa a caminhada e nos puxa para trás. Seguir sozinha, é a melhor forma de ir mais longe. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Mais um dia

Foto retirada da internet. 
 Chego em casa e, como de costume, jogo as chaves no sofá.  Pego um livro qualquer e ligo a TV. Não vejo nada. Quero apenas romper o silêncio que me ensurdece. Chega ao fim mais um dia frustrante. Mais um dia em que não fui nada do que eu queria ser.

  Penso nos conselhos do meu pai e na fé que eu aprendi a ter por causa dele. Será que está faltando oração na minha vida? Tomo uma xícara de café, enquanto procuro respostas. Ele está amargo. Eu também.

  Falo sozinha, ando de um lado para o outro, choro. Sempre fui assim. Tudo o que não cabe mais em mim, transborda pelos meus olhos. Não sei, exatamente, o que quero. Sou só indecisão e a astrologia não me favorece. 

  Preciso de um banho quente. Tiro a roupa e entro debaixo do chuveiro. Queria poder me despir dos meus medos também.  A água cai sobre os meus ombros, mas não lava o peso que eles têm. Ela escorre pelo meu corpo, mas não leva a tristeza que sujou o meu sorriso. 

  Estou com sono.  Ajeito o travesseiro e programo o despertador. Vou dormir na espera de um novo dia, de uma nova oportunidade e da certeza de que eu ainda vou ser tudo o que eu queria ser hoje, e não fui. 

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Feliz aniversário, pai!

Quarta-feira, 20 de maio. Ainda não são nem 7 horas da manhã e eu já estou acordada. O pensamento está longe. Talvez, a uns 732 km daqui. Queria poder te abraçar, mas tenho que me contentar com um telefonema. A distância é grande e a saudade também.
   
  Cresci vendo os seus exemplos, a sua garra, a sua batalha. Cresci com um orgulho imenso de ser sua filha. Com um sorriso no rosto e com muita fé, você me fez acreditar que as coisas podem dar certo. Nunca te vi reclamando de nada. Nem da sorte, nem da vida.
   
  Lembro de quando você chegava em casa depois do trabalho e, mesmo tomado pelo cansaço, não desistia de me dar um futuro melhor. Tudo o que eu sou, eu devo a você, que sempre foi o meu pai, o meu melhor amigo e o meu herói.
   
   Hoje é o seu aniversário e eu queria estar aí. Mas, mesmo com a distância que nos separa, os meus pensamentos e as minhas orações estão com você.

Te amo, pai!

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Estou indo, mas queria ficar

   
Foto retirada da internet.
    A saudade vem antes da partida e as lágrimas me acompanham na viagem. Estou indo, mas queria ficar. Não sei explicar, mas parece que um pedacinho de mim ficou para trás. Da janela do ônibus, vejo casas, pessoas e cidades. Eu me aproximo do meu destino e fico mais distante daquilo que realmente me faz bem.

    Estou indo, mas com o pensamento na volta. Quero pausar o tempo e fazer tudo de novo. Quero multiplicar as horas. Quero me reencontrar em cada abraço demorado. Quero ficar em cada beijo, em cada demonstração de carinho.


    O pensamento está mais longe que os quilômetros que nos separam e a saudade só aumenta. Mais algumas horas, outras cidades e a chegada no ponto final. Enquanto espero o táxi, peço para que as coisas se ajeitem logo. Chego em casa e tudo está exatamente igual. Refaço os meus planos, mas não desfaço as malas. Espero voltar em breve.  

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Quando a liberdade é o laço mais forte

 
Foto retirada da internet.
 Por muito tempo, insisti em guardar lembranças. Acumulei fotos, cartas e dores em grandes caixas. Ocupei espaço no quarto e na minha vida alimentando sentimentos e verbos que, há muito tempo, mereciam ser conjugados no passado. Tinha tanto dele por aqui,  que eu não cabia mais em mim. E, em meio a essa bagunça, você apareceu. 
   Chegou por aquela porta e, sem pedir licença,  entrou na minha vida.  Trouxe a paz que me faltava e me ajudou a jogar fora esse tanto de medo bobo e de passado, que me impediam de viver. Você me mostrou que era possível rir mais uma vez e me apaixonar à milésima vista. 
    E, assim, vivemos um dia de cada vez. Sem o peso das expectativas e o excesso de frustrações. Não há amarras, não há dependência. Fizemos da liberdade, o nosso laço mais forte. 
    


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Entre perdas e ganhos

 
Foto retirada da internet.
 
Acordei no susto, antes mesmo do celular despertar. Da janela do quarto, pude ver que já era dia. Um dia de céu azul e calor, muito calor. Meu Deus, como faz calor nessa cidade! Na rua, vi vários rostos, mas nenhum deles me pareceu familiar. E esse cenário, que ainda é novidade, me trouxe a saudade de casa. 
    Não há mais o calor do abraço, apenas telefonemas longos. Tive que aprender a lidar com a distância e, por meio de fotos e mensagens, driblar a ausência e preencher um pouquinho da falta que eu sinto. 
Quando vim pra cá, tive que deixar muita coisa pra trás. E nessa relação entre perdas e ganhos, entendi que só perdi aquilo que nunca me acrescentou. Trouxe comigo, mesmo que só na memória, a torcida da família e o sorriso sincero dos amigos. Peças fundamentais para dias como esse, em que mesmo com todo esse azul lá fora, tenho que conviver com as nuvens de dúvida e saudade.
Fechei a janela e abri um sorriso. Tive a certeza de que, mesmo com os quilômetros que nos separam, não estou sozinha. 

terça-feira, 14 de abril de 2015

O mundo é lá fora

Foto: retirada da internet.
  O olhar fixo no computador, as decisões ainda no campo das ideias e o pedido para que esse dia termine bem. As respostas que poderiam ser dadas no ato, mas que muitas vezes são sufocadas por um sorriso amarelo e uma atitude cordial.
    Dá vontade de jogar tudo para o alto e ir viver de música em uma ilha paradisíaca, mesmo sem saber  um acorde sequer. Tem horas que a rotina cansa e que o sonho perde a intensidade. Nesses momentos, vem o desejo de tirar férias da gente, dos outros, do mundo. Dormir por dias na esperança de que dessa forma, a vida pese menos. Mas, é hora de reagir! Lembre-se, "o seu problema não é maior que o mundo!"
  Coloque a cabeça para fora desse escritório, saia desse ar condicionado e deixe o vento puro bater na sua cara! Tente ver o mundo além do seu monitor. Existe mais vida lá fora, do que no seu mundinho virtual. Da janela do prédio, é possível ver corpos em movimento, passos largos e firmes. Falta calor nos encontros e  sobra individualidade. Nesse emaranhado de amarguras e frustrações, tantas coisas poderiam ter acontecido, mas não se realizaram por faltar sorriso, educação, cavalheirismo e vontade. As pequenas atitudes podem mudar o mundo, sim! Mas, você prefere ignorar essa constatação e reclamar da vida no seu Twitter ou no seu Facebook, como se o universo fosse o culpado por os erros que você mesmo cometeu.

    Observe com mais calma o seu trajeto para o trabalho. Veja que a beleza existe, mas nem sempre você quer ver. Saia na chuva sem se preocupar com o cabelo ou com a roupa. Deixe-se molhar, deixe-se viver. Ria sem ter motivo e, faça disso, um motivo para rir mais. Perceba o quanto você pode ser feliz com pequenos gestos.

    Distribua abraços, chore assistindo pela décima vez "Um amor para recordar". Dance, mesmo que de forma bizarra, quando escutar a sua música preferida. Cante aquela canção que você gosta da sonoridade, mas não sabe a letra. Cumprimente um desconhecido na rua e puxe assunto! Fale sobre o tempo, sobre a chuva do final de semana, das suas férias que estão chegando, da ansiedade da espera por uma data especial. Emocione-se quando e quantas vezes quiser! Viva de forma que possa colecionar histórias e não ideias sobre o que poderia ter sido e não foi.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Lembranças de um tempo bom

Foto: retirada da internet.
   Sou de um época em que joelho ralado era vestígio da mais pura felicidade. A rua de pedra era palco das nossas apresentações e dos desfiles de fim de tarde, mas também se transformava em quadra para as partidas de queimada e vôlei e, até mesmo, em campo de batalha para as intermináveis guerrinhas de mamona. E, assim, nós éramos felizes. Com os pés no chão, os cabelos ao vento e o sorriso no rosto.
   A infância tinha gosto da manga colhida no pé, da goiaba roubada do quintal do vizinho e cheiro do café moído na hora. Não era preciso ter brinquedos caros, a imaginação era a peça principal das brincadeiras. O gravador velho era a nossa rádio e o lençol pendurado no quintal era o nosso esconderijo. Ficávamos horas e horas no vai e vem do balanço. Longe da correria de hoje, nós corríamos a favor do tempo.