terça-feira, 5 de agosto de 2014

Mais um café

Foto: retirada da internet.
 Um café, a luz apagada e um pouco de música. O sono não vem, mas os pensamentos sim, trazendo os meus medos e as lembranças do que poderia ter sido e não foi. Com a cabeça longe e os dedos sobre o teclado, começo a esboçar o que pode vir a se tornar um texto. Erro uma palavra, volto atrás, a reescrevo. Se não encontro uma sonoridade agradável, recorro a um sinônimo. 
   Entre uma vírgula e mais um gole, desejo em silêncio,  que a vida tenha a opção "desfazer". Desejo poder voltar atrás e fazer diferente. Mas,  a vontade vai embora diante da impossibilidade. Ainda tenho uma folha em branco na minha frente, meia xícara de café e um mundo de incertezas.
   Volto a escrever sobre o que vejo, volto a sentir o que escrevo. Ou será que escrevo o que sinto? As lembranças corriqueiras do momento em que se espera o ônibus, a exaustão dos gestos repetidos, a inspiração em estado latente.
  Mais um gole. A substância preta que me mantém acesa, já esfriou; assim como a madrugada que me faz companhia.O gosto viciante ficou amargo. Talvez as minhas amarguras tenham passado para aquela tímida xícara, vai saber? Às vezes fui eu que fiquei quente e de mais fácil apreciação para esse mundo que me tira o sono. 

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