terça-feira, 29 de julho de 2014

Foto: retirada da internet.
“Você me sufoca”, ele esbravejou. Depois disso, saiu por aquela porta. Chorei, como nas outras vezes. E, também, como nas outras vezes, acreditei que ele fosse voltar. Foi a última vez que eu o vi.
Embora eu já estivesse acostumada com as suas pequenas faltas, tive que aprender a lidar com a sua ausência. Aquela que era motivo da chantagem emocional das brigas anteriores, mas que, de um dia para o outro, passou a ser permanente na minha vida.
Antes, eu só conseguia enxergar as suas faltas e, hoje, percebo a falta que ele me faz. A cama que antes era pequena para nós, tornou-se gigantesca e fria. Nem mesmo as minhas frustrações e essa solidão que me abraça, dão conta de preenchê-la.
Continuo com a minha velha mania de falar sozinha. As paredes dessa casa já cansaram de escutar as histórias que eu conto, mesmo sabendo que elas são testemunhas dos risos sem motivos, das noites em claro e das juras que fizemos um para o outro. Essas mesmas paredes viram, também, as inúmeras brigas, as promessas de que tudo iria ser diferente, a certeza de que nada mudou e a sua partida.
       Chorei muito e, para ser sincera, choro até hoje. Mas ele tinha razão. Por medo de perder, quis  prendê-lo em mim. Por medo de afrouxar o nosso laço, apertei o nó. E agora, com um nó na garganta, tenho que admitir: eu o sufoquei e, infelizmente, o nosso amor morreu de asfixia. 

6 comentários:

  1. Nossa que lindo o texto, não que seja lindo isso, mas é que você escreve muito bem, realmente a gente sente o que você escreve, parabéns!!!
    reinverso.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Que blog lindo. Amei. Fiquei lendo horas hahahah

    www.closetdasmulheres.com.br

    ResponderExcluir
  3. Que lindo! Adorei seu blog! A maneira como você escreve faz com que a gente entre na história. Parabéns!! Bjim

    ResponderExcluir