Foto retirada da internet |
Nas fotos espalhadas pela casa, encontrei um sorriso que, há muito tempo, não era meu. Encontrei amigos que, com o tempo, haviam se afastado. Ou será que fui eu que me afastei? Enquanto tentava me achar em meio aos pensamentos, o celular tocou pela décima vez. Apesar de já ter excluído você da minha vida, o visor indicava o seu número. Recusei a ligação - e as suas desculpas esfarrapadas. Nos últimos anos, acreditei em tudo o que você falava e, tomada pela cegueira, não quis enxergar o mal que me fazia. Por medo de te perder, perdi mais do que eu podia imaginar.
Enquanto olhava os quadros pendurados na parede e espalhados pela estante empoeirada, percebi o sol entrando pela janela e abri a cortina. As cores, lá de fora, contrastavam com o cinza que ficou aqui dentro. Vi os carros, as pessoas, as expressões e o sorriso da criança que, mesmo depois da queda e com os joelhos ralados, insistiu e aprendeu a andar de bicicleta sem as rodinhas. Vi, diante daquela cena, o tempo que estava perdendo. Por medo de outras decepções, tinha me afastado de tudo. Mas a vida me provou, mais uma vez, que ela continua. E assim como aquela criança, espero fazer da queda, uma motivação. Vou com o coração ralado, mas vou. A essa altura, o café já havia esfriado e ficado amargo. Mas isso não importava mais. Era hora de recuperar o abraço caloroso dos amigos e a doçura que tinha sido esquecida, em meio a tantas amarguras. Era hora de olhar no espelho e recomeçar.
Eu amei seu texto. Me trouxe um arzinho de esperança, de vontade de seguir em frente... Amei muito!
ResponderExcluirCafé, Vodka e Literatura
"Siga em frente e enfrente!" Tenho certeza de que as coisas vão começar a dar certo! <3
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